Desista de vez de se comparar

Caro Estranho,

Tenho 25 anos, duas filhas e sou mãe solo. Sei que sou nova e que há opções que a vida pode vir a me oferecer. Porém, sinto-me estagnada desde os 23. Parece que todos conseguem um emprego melhor, uma nova casa ou até uma grande paixão. Mas eu não. Quando será que esta vida vai me trazer algo novo? Enquanto isso, continuo aqui. Talvez, sem qualquer esperança. O que eu faço?

Um grande abraço,

Duda

Cara Duda,

“A comparação é o atalho mais rápido para a infelicidade.” Foi o que escrevi há alguns anos, neste mesmo espaço. “Além de gerar ansiedade, ela abre um espaço para a frustração e a inveja.” Enfim, ainda hoje, mantenho a mesma opinião. Na carta que me mandou, você me pergunta o que deve fazer. Então, antes de tudo, peço que você pare de se comparar ao resto do mundo. Até porque, enquanto não mudar de postura, você vai se sentir “estagnada” e “sem qualquer esperança”, como você mesma colocou. Por favor, tente entender a importância disso.

Nem preciso dizer que você está com a razão quando diz que ainda é nova. Porém, consigo entender como você se sente, minha cara. De fato, vivemos em um mundo que não apenas estimula a competição, mas nos pressiona para que sejamos bem-sucedidos muito cedo. E não tenho dúvida de que essa pressão social é bem mais pesada quando se é mulher, certo? Digo isso para que você não se sinta sozinha nessa situação e seja mais generosa consigo. Você é uma mãe solo e tem duas filhas. Contudo, a sociedade ainda lhe cobra um companheiro, além do sucesso profissional. É algo bastante pesado. Por isso, reforço que entendo você.

Portanto, para retomar, peço que você pare o quanto antes de se comparar aos outros, olhe com generosidade para si mesma e pense que você tem uma trajetória única. Agora, dentro dela, reveja o que é esse “algo novo” que você espera. O que é uma prioridade para você no momento? Corra atrás disso com foco, então. Sem esquecer que tudo requer tempo e muita paciência. O que está guardado para você vai chegar. Mas somente na hora certa. Acredite.

Um grande abraço,

Estranho