Caro Estranho,
Preciso de ajuda com uma questão que tem me consumido. Estou apaixonada por uma pessoa que é bastante diferente de mim, em todos os sentidos. É o que me fascina, mas também me assusta. No entanto, acima de tudo, isso tem me paralisado. Não sei bem como devo agir e gostaria que você me desse algum conselho. Como amar alguém tão diferente?
Obrigado pelo espaço,
Dani
Cara Dani,
Amar é um esforço para o bem. Envolve uma ação, uma atitude, portanto. Não se trata de algo espontâneo, como nos fazem acreditar desde muito cedo. Quem me acompanha há algum tempo deve lembrar que não sou um adepto do amor romântico. Acho importante dizer isso, antes de começar a lhe responder. Quanto à questão que você me trouxe, não pense que amar o diferente, neste caso, será muito mais complexo ou trabalhoso. O amor, por si próprio, é sempre um enorme desafio. Então, por que não se permitir?
Você me diz que não sabe como deve agir, certo? Seja você mesma. É o que tenho a lhe dizer. Agora, após pensar um tempo sobre a carta que você me mandou, consigo ver até mesmo uma ou outra vantagem em amar o diferente. Talvez, você amplie mais a própria visão de mundo, pois imagino que cada um tenha um modo de pensar. Ou, quem sabe, você possa até se tornar uma pessoa mais empática, pois terá de se esforçar para se colocar no lugar do outro. E o que dizer das grandes conversas, que são fundamentais? Podem ser bem produtivas entre vocês. Há sempre algo para aprender, Dani.
Enfim, entendo o receio que você possui, mas não vejo por que ficar paralisada. De qualquer forma, se você decidir se abrir a esse possível amor, há algo que vocês vão precisar ter em comum. A vontade de fazer dar certo. O que quer dizer a abertura e a disposição para um participar do mundo do outro. Sem que haja isso, minha cara, vocês não vão chegar a lugar nenhum. Aí, nem casais com mais afinidades conseguem alcançar o tal do amor.
Um grande abraço,
Estranho